O economista Affonso Celso Pastore morreu nesta quarta-feira (21/02) em São Paulo. Ele tinha 84 anos. Pastore internou-se para uma cirurgia no sábado (17/02) e passou o fim de semana na UTI, mas não resistiu. O sepultamento será no Morumbi às 13h.
Graduado e com doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), o economista foi presidente do Banco Central entre 1983 e 1985, durante o governo do ex-presidente João Figueiredo.
Neste período, Pastore participou de negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a dívida externa brasileira e enfrentou um período de elevada inflação.
Em sua posse, rejeitou medidas drásticas e declarou sua intenção de seguir as diretrizes dos compromissos firmados com o FMI. Defendeu uma nova ordem econômica mundial, na qual a renegociação da dívida contasse com a colaboração dos países ricos e do sistema financeiro internacional.
Era favorável a medidas de controle do processo inflacionário e defendia a redução do déficit público como algo básico para a saúde da economia nacional.
Posteriormente à sua saída do BC, o economista, criticou as medidas econômicas heterodoxas implementadas durante o governo do presidente José Sarney, que não combatiam o déficit público.
Opôs-se ao Plano Cruzado, apresentado pelo então ministro da Fazenda, Dílson Funaro, em fevereiro de 1986. El não concordava com a tese da inflação como estritamente inercial e não acreditava na possibilidade de o governo sustentar o congelamento de preços.
Considerou a moratória, decretada em 1987, “uma demonstração de incapacidade de negociar a dívida externa e rejeitou a justificativa de que um acordo com o FMI implicaria recessão para a economia brasileira”.
No governo federal, também integrou a equipe de Antonio Delfim Netto no Ministério da Fazenda.
FORA DO GOVERNO
Fora do governo, Pastore lecionou na USP e na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Além disso, fundou em 1993 a consultoria A. C. Pastore & Associados, especializada em análises da economia brasileira e internacional.
Pastore retornou à cena política em 2021 para assessorar o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, então pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos. Ele integrou um grupo de conselheiros do então candidato. Em março do ano seguinte, nocontudo, Moro desistiu da disputa.
Além disso, escreveu vários livros. Um deles foi “Erros do Passado, Soluções para o Futuro”, em que analisa os erros de política econômica cometidos a partir dos anos 1960.
Nascido na cidade de São Paulo no dia 19 de junho de 1939 e era filho de Francisco Pastore e de Aparecida Pastore. Casou-se com Maria Cristina Pinott, com quem teve três filhos.
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