O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, compareceu na manhã desta quarta-feira (16/06) no Senado Federal para depor na CPI da COVID. Apesar de estar amparado por um habeas corpus que permitia que Witzel não comparecesse à comissão parlamentar de inquérito, o ex-governador, cassado por suspeita de corrupção, fez questão de ir à oitiva.
Iniciado o depoimento, ficou clara a razão de Witzel ter comparecido à CPI. Em suas considerações iniciais, cujo tempo regimental era de 15 minutos, Witzel ficou por cerca de meia hora fazendo inflamado discurso político em sua própria defesa, contra seu processo de impeachment e atacando o presidente da República, Jair Bolsonaro.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), que minutos antes dissera que não toleraria mais desrespeitos aos tempos regimentais de fala, permitiu que Witzel falasse todo o tempo que quis.
Ao ser inquirido pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-governador e o senador pareciam uma dupla de ataque entrosada em animada tabelinha de futebol. E as jogadas de ataque foram muitas, todas tendo como alvo o presidente Bolsonaro.
Terminadas as perguntas do relator e ao começar a ser confrontado pelos senadores, Witzel pediu para se retirar, usando a prerrogativa que lhe conferia o habeas corpus. O ex-governador foi embora sem ser perguntado das acusações de corrupção do seu governo que culminaram com sua cassação.