As gêmeas siamesas Allana e Mariah, de 2 anos, unidas pela cabeça, foram totalmente separadas neste domingo (20/08), de acordo com o Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP).
Anteriormente, outras três cirurgias já ocorreram. Esta última começou ainda no sábado (19/08) e durou até cerca das 8h do dia seguinte, aproximadamente 25 horas depois.
Ainda de acordo com o HC, as gêmeas passam bem e se recuperam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade. Entretanto, não há previsão de alta.
Ao todo, foram 50 profissionais participantes do procedimento, dentre médicos, enfermeiros, instrumentadores e equipe de apoio.
Contudo, apesar do sucesso, os detalhes sobre como foi a cirurgia e o estado de saúde das irmãs devem ser divulgados em uma coletiva de imprensa prevista para o final de setembro.
O PLANEJAMENTO DA CIRURGIA
Inicilamente, o procedimento, previa a dissecção de cerca de 25% dos vasos sanguíneos que ainda restavam separar. Além disso, haveria uma intervenção chamada cranioplastia, etapa para fechar a calota craniana e da pele que recobre a cabeça de cada uma das meninas.
Inicialmente, a cirurgia final aconteceria em julho. Contudo, os médicos adiaram após as irmãs apresentarem suspeita de dengue.
Às vésperas da data inicial, Allana e Mariah passaram por um procedimento de expansão final das bolsas instaladas sob a pele das cabeças para ganhar ‘espaço’ para a cobertura craniana, que será feita após a separação.
Segundo os médicos, as bolsas atingiram volumes de 530 ml e 670 ml cada.
Elas também passaram por exames de ressonância magnética e tomografia para checagem das condições cerebrais para a cirurgia de separação total.
CIRURGIAS ANTERIORES
A terceira cirurgia para separação dos crânios das gêmeas siamesas ocorreu no dia 11 de março, em um procedimento que durou sete horas.
Allana e Mariah passaram pela primeira neurocirurgia em agosto de 2022, quando tiveram as veias do cérebro separadas. Três meses depois, em novembro, as meninas sofreram a segunda intervenção.
O caso das meninas é extremamente raro, com um registro a cada 2,5 milhões de nascimentos. As irmãs nasceram em Ribeirão Preto no dia 9 de dezembro de 2020, mas vivem com a família em Piquerobi (SP).
Os médicos fizeram o diagnóstico da condição das gêmeas ainda durante a gestação. Desde 2021, o HC acompanha a situação.
Desde a primeira cirurgia, os profissionais utilizam tecnologia de ponta para os procedimentos e contam com exames clínicos, laboratoriais e de imagem de ressonância magnética. Além disso, recursos como a tomografia computadorizada integrada a um sistema de realidade virtual ajudou no tratamento.
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