O candidato petista à Presidência, Lula da Silva, foi entrevistado nesta quinta-feira (25/08) pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcelos do Jornal Nacional.
Após uma atuação abaixo da crítica dos entrevistadores diante do Presidente da República Jair Bolsonaro na segunda-feira (22/08), e de uma espécie de palanque eleitoral para Ciro Gomes na terça (23/08), Lula começou a entrevista sendo “absolvido” por William Bonner.
O apresentador do telejornal desvirtuou a decisão do STF que declarou incompetência do foro de Curitiba como se fosse declaração de inocência do petista, atuando como advogado de defesa de Lula.
A apresentadora Renata Vasconcelos também começou a entrevista elogiando o candidato sobre a escolha do Procurador-Geral por ele na lista tríplice e em seguida fustigou o atual Procurador-Geral Augusto Aras e sua escolha por Bolsonaro.
Os entrevistadores controlaram o “oba-oba” de seus comportamentos com Ciro Gomes, mas foram ainda mais colaborativos com Lula do que com o pedetista. Um momento significativo foi a interrupção de Bonner pelo entrevistado, o contrário do que ocorreu diversas vezes com Bolsonaro.
Houve momentos de extremo constrangimento para o telespectador como aquele em que Lula falou livremente sobre combate à corrupção, sem qualquer resistência dos apresentadores.
Não houve, a rigor, uma entrevista, mas a criação de oportunidades para Lula defender a si e ao petismo. A melhor imagem para simbolizar a ida de Lula ao Jornal Nacional é a de um treinamento de vôlei: Bonner e Renata levantavam a bola e Lula cortava. Foi mais um capítulo vergonhoso para o jornalismo no telejornal de maior audiência do país.
Lula, político experiente, fez o que melhor sabe fazer: negar tudo o que fez de errado e ainda apresentar-se como a solução para todos os problemas que ele e seu partido criaram.
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Este é o nosso editorial desta quinta-feira, 25 de agosto de 2022.
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