A ex-passista Maria Mercedes Chaves Roy, conhecida como Maria Lata D’Água, morreu aos 90 anos, nesta sexta-feira (23/04) em em Cachoeira Paulista (SP). Ela estava internada desde o início do ano. A morte ocorreu por complicações próprias da idade.
Maria Lata D’Água foi uma passista que desfilou por 45 anos em escolas de samba como Salgueiro, Portela, São Carlos, Mocidade e Beija-Flor. Tornou-se um ícone por sambar com um galão de 20 litros de água na cabeça.
Dessa forma, ela virou inspiração para a marchinha “Lata d’água na cabeça”, composta por Luís Antônio e Jota Júnior em 1952.
CONVERSÃO
Em 1990, durante o Retiro de Água Viva, no ginásio do Maracanãzinho, “ouviu o chamado de Deus”, como classificou anos mais tarde.
“Lá, dei meu primeiro testemunho, e Deus me chamou naquele momento. Abandonei tudo, não saio mais no carnaval. Eu me senti tocada pelo amor e vim para a Canção Nova fazer o caminho. Não me arrependo, e sempre digo: ‘daqui não saio, daqui ninguém me tira, pois foi Jesus quem me colocou”, disse a ex-passista em entrevista ao Canção Nova Notícias em 2018.
Posteriormente, em 2004, aos 70 anos, tornou-se missionária da Canção Nova e passou a viver em Cachoeira Paulista (SP). Em 2017, lançou sua autobiografia “Lata D’água na cabeça – Da passarela ao Sacrário” (veja imagem abaixo), no qual relatou momentos importantes da sua vida e seu trabalho como missionária católica.
Além disso, costumava dizer que se identificava com duas personagens bíblicas: Maria Madalena, prostituta que, de acordo com o relato bíblico, foi a primeira pessoa a ver Jesus após a ressurreição; e a samaritana do poço, com quem Jesus conversou e que se tornou sua seguidora. “Somos iguais, Deus me usou muito para contar a história delas”, detalhou em uma entrevista.
UM ÍCONE DO CARNAVAL
O nome “Maria Lata D’Água” surgiu aos 18 anos, quando a passista sambou pela primeira vez com uma lata cheia de água (20 litros) sobre a cabeça. “Na avenida, saía dançando apenas nas pontas dos dedos. Ajoelhava e sentava no chão, esticava as pernas, sentava nos pés, como uma bailarina, equilibrando a lata apenas com o pescoço. Não deixava cair nenhuma gota de água para fora!”, recordou.
Maria chegou a se casar com um conde suíço. Foi nesta época que a ex-passista também se dedicou à Igreja e grupos de oração. “Ainda estava no carnaval, mas, durante o ano, procurava por casas de oração”, recordou.
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