Lula da Silva (PT) reuniu-se nesta sexta-feira (27/10), durante um café da manhã no Palácio do Planalto, com jornalistas que cobrem diariamente a Presidência da República. Durante o encontro, o petista confessou que “dificilmente” o governo cumprirá a meta de déficit zero em suas contas em 2024.
Ele destacou que compreende a disposição do Ministro Fernando Haddad, e da sua própria vontade. Lula afirmou: “Já dizer[sic] para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero.”
O presidente enfatizou que não deseja iniciar 2024 com cortes em investimentos, especialmente em obras de infraestrutura. Ele afirmou: “Eu não quero fazer cortes de investimentos em obras. Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que é? De 0,25%, o que é? Nada. Absolutamente nada. Vamos tomar a decisão correta e vamos fazer aquilo que será melhor para o Brasil“.
O governo federal enviou ao Congresso Nacional a proposta de orçamento para o ano de 2024 com a estimativa de um déficit zero. Mas isso requer a implementação de medidas para aumentar a arrecadação no valor de até R$ 168 bilhões.
LULA DESAUTORIZA HADDAD
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu durante todo o ano a busca pelo cumprimento da meta nas contas públicas em 2024. Lula reconheceu os esforços, mas também apontou que o mercado “muitas vezes” é “ganancioso” em relação a esse assunto. Dessa forma, a fala de Lula joga por terra os esforços do ministro.
Ele declarou: “Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai cumprir. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo cortes de bilhões nas obras que são prioritárias para este país. Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida”.
O petista omitiu, contudo, que o não cumprimento da meta nas contas implicará em endividamento. E sobre a dívida pública incidem os juros que alimentam a ganância do mercado. Com o rombo, o governo pagará ainda mais juros aos rentistas.
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