A ameaça de bloqueio ao Telegram feita ocorrida na última semana já começa gerar o instinto de autocensura em outras plataformas sociais.
Temendo represálias do ministro Alexandre de Moraes (STF), o YouTube modificou suas diretrizes, eufemisticamente chamadas de políticas de integridade eleitoral. As diretrizes já existentes serão ampliadas para remover conteúdos que apontem eventuais desconfianças e fraquezas sobre o sistema eleitoral.
A inciativa da plataforma inclui a censura de qualquer conteúdo já postado que questione problemas ocorridos em eleições anteriores. Na prática, fica proibido apontar qualquer vulnerabilidade do sistema eleitoral que alguém tenha tido conhecimento e queira tornar pública.
O YouTube já presumirá como alegações falsas todo o material que aponte fraudes, erros ou problemas técnicos.
Em meio à censura, o YouTube também anunciou que serão retirados conteúdos claramente fraudulentos e que tenham o objetivo de enganar eleitores sobre a hora, o local, os meios ou requisitos necessários para votar, ou informações falsas que possam fazer as pessoas desistir de votar e, ainda, informações falsas sobre a inelegibilidade de candidatos.
O YouTube ainda disponibilizará um painel de informações na parte superior dos resultados da pesquisa, ou abaixo dos vídeos relacionados ao voto eletrônico, com um link para informações oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou seja, dando voz apenas a quem organiza o processo que deverá ser considerado inquestionável, mesmo que se tenha conhecimento de problemas.
“As eleições de 2022 no Brasil vão gerar uma busca por notícias, curiosidades e dúvidas na internet, que deverão ser explicadas e contextualizadas de acordo com os fatos e as particularidades brasileiras. Os painéis visam ampliar o acesso a informações de fontes confiáveis e já contemplam outros temas sensíveis, como a COVID-19”, dia a nota do Youtube.