O segundo maior barco de pesca do mundo, de propriedade holandesa FV Margiris, despejou mais de 100.000 peixes mortos no Oceano Atlântico no litoral francês. O episódio aconteceu na última quinta-feira (03/02), mas o fato só foi revelado neste sábado.
A ministra do Mar da França, Annick Girardin, classificou as imagens dos peixes mortos – que formavam um tapete flutuante de carcaças – como “chocantes” e solicitou à autoridade nacional de vigilância pesqueira que abrisse uma investigação.
Virginijus Sinkevicius, comissário europeu para o meio ambiente, oceanos e pescas, afirmou que também irá em busca de “informações exaustivas e evidências sobre o caso“.
A derrama de peixes causada por uma ruptura na rede do barco, segundo explicação do grupo da indústria pesqueira Pelagic Freezer-Trawler Association (PFA), que representa o proprietário da embarcação. Em comunicado, o grupo classificou a situação como uma “ocorrência muito rara“.
Segundo as normas da União Europeia, a ocorrência foi registrada no diário de bordo do navio e relatado às autoridades do país da bandeira do navio, neste caso, a Lituânia.
O braço francês do grupo ativista Sea Shepherd publicou pela primeira vez imagens do ”tapete” de peixes mortos, mostrando a superfície do oceano coberta por uma imensa mancha de verdinhos, uma subespécie de bacalhau, usada para produzir, entre outras coisas, óleo de peixe e farinha.
O Sea Shepherd informou que o derramamento envolveu mais de 100.000 peixes e cobriu uma área de cerca de 3.000 metros quadrados (32.300 pés quadrados).
Arrastões como os Margiris usam redes com mais de um quilômetro de comprimento e industrializam o peixe a bordo, prática criticada por ambientalistas.