A polícia do Chipre deteve nesta sexta-feira (03/12) um homem que portava uma faca no estádio em que o Papa Francisco celebrava uma missa em Nicósia. Segundo a polícia, o homem, de 43 anos, foi levado para ser interrogado.
O Papa Francisco iniciou na quinta-feira (02/12) uma visita a Chipre, apelando à “unidade” e à “ultrapassagem das divisões“, em uma conjuntura em que a ilha mediterrânea, membro da União Europeia (UE), enfrenta uma importante crise migratória.
“Para construir um futuro digno do Homem, é necessário trabalhar em conjunto, ultrapassar as divisões, abater os muros e cultivar o sonho da unidade”, afirmou o pontífice na catedral maronita da capital Nicósia. “Temos necessidade de acolher e de integrar, de caminharmos juntos“, completou.
O Papa citou o Mediterrâneo como “um mar de histórias diferentes, um mar que foi o berço de tantas civilizações, um mar onde ainda hoje desembarcam pessoas, povos e culturas de todas as partes do mundo“.
A República de Chipre, controla cerca de dois terços da ilha em que está seu território. Ela registra o número mais elevado de primeiros pedidos de asilo, em proporção com a sua população de cerca de um milhão de habitantes, entre os 27 Estados-membros da UE.
No seu primeiro ato junto da minoria católica da ilha, sobretudo formada por migrantes, o Papa reafirmou que “não devemos sentir a diversidade como uma ameaça contra a identidade” e assinalou que “não pode haver muros na Igreja“.
“Também não devemos recear preocupar-nos com os respetivos espaços” porque “se cairmos nessa tentação cresce o medo, o medo gera desconfiança, a desconfiança conduz à suspeita e, antes ou depois, leva à guerra“, advertiu.
Nesta sua viagem de dois dias a Chipre, e antes de voltar a visitar a Grécia, Francisco optou por se reunir em primeiro lugar com a antiga comunidade maronita, com cerca de 8.000 fiéis na ilha, proveniente do Líbano e que tenta manter as suas tradições, em particular após a invasão da Turquia da parte norte do país.
Numa referência ao Líbano, o Papa manifestou “muita preocupação” pela crise social, econômica e humanitária do país vizinho, apenas separado de Chipre por uma faixa do Mediterrâneo de 160 quilómetros, e recordou “a dor de um povo fatigado e esgotado pela violência e o sofrimento“.