Morreu na manhã desta quarta-feira (27/12) o empresário Jacob Barata. Ele se tornou o nome mais poderoso do setor de transportes do Rio nas últimas décadas e tinha 91 anos. Internado no hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio, o “Rei do ônibus” teve falência múltipla dos órgãos.
FAMÍLIA: POLÊMICAS E INQUÉRITOS
A forte atuação no setor de transporte coletivo fez o nome de sua família se envolver em polêmicas e inquéritos.
Em julho de 2013, Jacob Barata e sua família ganharam destaque no noticiário após um protesto que reuniu cerca de 60 pessoas na entrada de uma igreja na hora do casamento de Beatriz Perissé Barata, neta do empresário, com Francisco Feitosa Filho.
Além disso, a manifestação se estendeu para o hotel Copacabana Palace, onde aconteceu a luxuosa recepção após a cerimônia religiosa.
O grupo de manifestantes carregava cartazes com dizeres como “Dona Baratinha, vá de ônibus para o Copacabana Palace” e “Pego ônibus lotado, me dá um bem casado!” ou “Eu estou pagando esse casamento!”
Posteriormente, em 2017, a Polícia Federal prendeu Jacob Barata Filho, um dos seus quatro filhos, também empresário do setor. A prisão ocorreu no Aeroportodo Galeão no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, no Rio, quando se preparava para embarcar para Portugal.
O mandado de prisão fora expedido pelo juiz Marcelo Bretas com base em investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. A alegação era a existência de indícios de pagamento de propina para políticos.
A soltura do empresário ocorreu por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF. Há dois anos, em dezembro de 2021, a 2ª turma do STF arquivou a denúncia contra o empresário. A opinião pública questionou a decisão, pois Gilmar (foto acima) fora padrinho do casamento da neta de Barata, no casamento alvo de protestos.
SEQUESTRO
Em novembro de 1994, Jacob Barata viveu maior drama de sua vida. Na ocasião ocorreu o sequestro de seu filho Daniel, à época com 37 anos. O caçula de Jacob Barata foi levado de dentro do seu escritório, na Viação Normandy, em Bonsucesso, por oito homens armados.
Os sequestradores o mataram. A descoberta do corpo ocorreu em janeiro de 1995 no quintal de uma casa abandonada no bairro Boaçu, em São Gonçalo. Ele deixou a esposa grávida de oito meses e um filho de dois anos.
VIDA E TRAJETÓRIA
Nascido em Belém, deixou a capital paraense ainda na adolescência. Posteriormente, no Rio, estudou no Colégio Piedade e passou a ajudar um conhecido que vendia panelas de alumínio à prestação nas ruas do Centro. Batia à porta dos devedores três vezes por semana. “Eu era o cobrador. Me achavam muito bom”, contou em entrevista de 2008. Além disso, trabalhou em banco e vendeu joias antes de largar tudo para iniciar no ramo que o levaria a ganhar o apelido de “Rei do ônibus”.
No começo, dirigia um pequeno ônibus que fazia a ligação Madureira-Irajá. Dirigiu por um ano para, em seguida, contratar o primeiro motorista. Ao longo das décadas construiu um império no setor de transportes, sendo um dos fundadores do Grupo Guanabara, considerado um dos maiores ramo no país.
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