Um casal foi preso nesta segunda-feira (26/06) por abusar sexualmente de uma menina de 12 anos, no Morro do Borel, no Rio de Janeiro (RJ). Segundo as investigações da Polícia Civil, o crime foi cometido pelo padrasto com a conivência da mãe.
Há poucos dias, os três estiveram na 19ª DP (Tijuca) e relataram que, dias antes, o padrasto havia tocado nas partes íntimas da menina. A presença do autor do crime na delegacia, junto com a menina e sua mãe, causou desconfiança por parte de policiais, que passaram a desconfiar de uma possível conivência da mãe.
Ao longo da investigação, a vítima revelou que já vinha sendo abusada sexualmente pelo padrasto há dois anos com consentimento da mãe. Os policiais também apuraram que o casal mentiu durante o depoimento e que jovem teria sido ameaçada pelo suspeito no caminho da delegacia.
VIZINHA DESCOBRIU, MÃE ACOBERTOU O CRIME
A menina voltou à delegacia, desta vez acompanhada da avó paterna e de uma conselheira tutelar. E contou que os abusos começaram pouco antes dela completar 11 anos, em fevereiro de 2022, e seguiram até março de 2023, quando uma vizinha viu o homem apalpando suas partes íntimas.
A vizinha contou para a mãe da criança, que foi questionar a menina. Ela confirmou e achou que receberia ajuda da mãe, mas nada foi feito.
“Que sua mãe pensou em vir na delegacia, mas não veio; que a mãe da declarante continuou ‘casada’ com seu padrasto; que não fez nada; que ‘muita gente sabe que sua mãe sabe’; que as relações sexuais nunca cessaram; que sua mãe sempre soube que ele ‘estuprava’ a declarante; que a mãe da declarante, inclusive, já viu ela tendo relações sexuais com ele e nada fez”, diz trecho do depoimento.
A criança disse ainda no depoimento que a mãe, que é moradora de uma comunidade, cogitou entregar o marido para o tráfico local, mas que mudou de ideia “por medo do que poderiam fazer com ele”.
PRISÃO
Depois de um trabalho de monitoramento e da expedição dos mandados de prisão preventiva, o casal foi preso na comunidade.
Além do crime de estupro de vulnerável, a mãe responderá por falso testemunho e o homem, por ameaça baseado na Lei Henry Borel. A criança foi entregue aos cuidados da avó paterna.