O petista Lula da Silva recusou convite para Marcha para Jesus, evento religioso promovido por igrejas evangélicas e que atrai milhares de fiéis em várias cidades do Brasil. A caminhada em São Paulo está agendada para quinta-feira, 8 de junho, coincidindo com o feriado de Corpus Christi.
A recusa do convite foi feita através de uma carta enviada ao apóstolo Estevam Hernandes, idealizador da marcha que acontece há 30 anos no Brasil. Lula nomeou a deputada Benedita da Silva (PT), uma figura evangélica do seu partido, e Jorge Messias, o advogado geral da União, como seus representantes. Em carta assinada por Lula, ele expressa seu respeito e admiração pela Marcha para Jesus, que ele considera uma das mais notáveis demonstrações de fé do povo brasileiro.
De acordo com a Folha de S.Paulo, Hernandes considerou a carta do presidente positiva, apesar da recusa em participar do evento. O religioso afirmou ao jornal: “Achei muito importante da parte dele esse reconhecimento da Marcha, no sentido de ser um evento cristão de importância mundial“.
Embora Lula tenha sancionado a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus em 2009, ele nunca compareceu a nenhuma edição do evento, assim como nenhum presidente antes de Bolsonaro. Hernandes, que foi aliado de Lula em governos anteriores, rompeu com o político petista e apoiou Bolsonaro nas eleições de 2018 e 2022.
Antes das eleições, quando questionado sobre a possibilidade de Lula ser eleito presidente novamente, o religioso, fundador da igreja Renascer em Cristo, afirmou que seria “praticamente obrigatório” construir novas pontes para o diálogo nesse caso. Ele declarou à Folha naquela ocasião: “Se você realmente tem o resultado nas urnas, e tem um processo democrático, então nós vamos ser presididos por A ou B, não tem como se insurgir, um ‘não aceito A ou B’. Aquele que for eleito é o presidente dos brasileiros“.
Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé
Um dos primeiros atos do atual mandato de Lula também foi referente à sanção de uma data comemorativa de uma religião. Em 06 de janeiro, ele sancionou o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, que será comemorado todo ano no dia 21 de março. A mulher de Lula, Rosângela da Silva, conhecida como “Janja”, é adepta do candomblé.