Após quase dois anos se beneficiando da pandemia do novo coronavírus, que aumentou a audiência de seus noticiários, a Globo agora se vê diante de uma situação difícil criada pela nova variante Ômicron do vírus causador da COVID-19.
O surgimento da nova variante gerou um cenário de incerteza para a realização do Carnaval de 2022 em muitas capitais, justamente o produto em que a Globo apostava para gerar receita no ano decisivo para a quitação de suas dívidas fiscais e renovação da concessão.
Com a nova variante, o mercado publicitário está com receio de comprar cotas de publicidade para a cobertura da festa na Globo. A coisa está mais feia em Salvador e Recife, capitais que já deram sinais de que não irão fazer suas celebrações. A emissora ainda negocia e está otimista de que a folia vai rolar.
O principal pacote de cotas publicitárias que a Globo está oferecendo é a cobertura dos desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. As ligas das agremiações asseguram a realização, mediante protocolos, entre 25 e 28 de fevereiro do ano que vem. A Globo já fez o pagamento dos contratos de transmissão.
As empresas anunciantes na cobertura do carnaval de 2020 teriam prioridade para comprar cotas de 2022, mas precisavam responder até o último dia 16. A Crefisa e a Unilever mostraram interesse em continuar. Outras três empresas(Vigor, Extra e Sanofi), porém, ignoraram e não devem comprar as cotas.
A Globo estabeleceu o prazo até 16 de dezembro para negociar todas as cinco cotas. Após essa data, os espaços ficam vagos para quem quiser, mas deixam a emissora em situação insegura.
A emissora tem a expectativa de que as prefeituras e os governos estaduais decidam logo sobre o carnaval, o que geraria mais segurança para o mercado. Entretanto, é impossível saber como a transmissão do vírus se comportará até à época da folia.