A greve política convocada por metroviários e ferroviários para esta terça-feira (03/10) em São Paulo começou, nesta madrugada, com quatro linhas do Metrô e três da CPTM fechadas e outras duas operando parcialmente (7-Rubi e 11-Coral). Contudo, as linhas de metrô e trem concedidas à iniciativa privada funcionam normalmente.
A paralisação tem como motivação a rejeição dos funcionários das estatais contra o plano de concessões e privatizações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A pauta não é trabalhista, portanto, e sim política. Além disso, a greve tem adesão de funcionários da Sabesp, a companhia estadual de abastecimento de água e coleta de esgoto, que também poderá passar para a iniciativa privada.
Por volta das 5h, as catracas foram abertas na Estação Corinthians-Itaquera, na zona leste. A medida contrariou sindicalistas do Metrô, que questionaram a equipe da CPTM. “Não estão sabendo da greve?”, disse um funcionário.
Os trens vão circular com operação reduzida desde a estação Guaianases até a estação Luz, no centro da capital paulista. De acordo com a CPTM, o intervalo entre as estações será maior que o normal.
METRÔ FOI À JUSTIÇA
Anteriormente à greve, a Companhia do Metrô acionou a Justiça do Trabalho. O Judiciário determinou funcionamento de 100% dos serviços no horário de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 80% nos demais horários. Ademais, estabeleceu multa no valor de R$ 500 mil em caso de descumprimento.
Juntos, Metrô e CPTM transportam, todos os dias, cerca de 4,2 milhões de passageiros, considerando apenas as linhas administradas pelas duas estatais e que devem ter a operação afetada pela greve.
NOTA DO GOVERNO
Em nota, o governo informou que “atua ininterruptamente para que a greve ilegal de servidores da CPTM, Metrô e Sabesp não prejudique a população”.
“É absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja utilizado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à gestão comandada pelo governador Tarcísio de Freitas”, disse o governo.
GREVE POLÍTICA
“O que será de uma cidade governada por uma pessoa que não vai querer dialogar com o governo?”, indagou Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele fazia peferência a Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato a prefeito da capital paulista. Tarcísio considera inequívoca a atuação de Boulos por trás da greve.
“É a quarta tentativa de greve, a segunda efetivada em um período curto, claramente há uma motivação política”, disse o governador. A declaração ocorreu em entrevista coletiva concedida nesta terá (03/10) para comentar a greve.
“Basta ver os vídeos das assembleias para perceber a motivação política, o que tem por trás. Eles deixam muito claro em cada manifestação”, protestou Tarcísio. “Infelizmente nós temos hoje uma confusão de sindicato com partido político. O controle desses sindicatos por determinados partidos. Partido que já mostra que não tem a menor disposição para dialogar”, criticou.
O deputado Guilherme Boulos criticou nesta segunda (02/10), o que chamou de “comportamento intransigente do Tarcísio sobre a privatização da Sabesp”. Boulos recebeu nesta segunda o apoio do Partido Comunista do Brasil à sua pré-candidatura a prefeito.