As pessoas que veem a área do centro de São Paulo chamada de “Cracolândia” usualmente se perguntam por que muito pouco é feito para resgatar aquelas pessoas da indignidade das ruas e do vício do crack.
A pergunta provavelmente está na conclusão do relatório da Polícia Civil divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo o relatório, o PCC aufere lucros muito maiores com o comércio do crack na região da Cracolândia do que com o comércio de cocaína nos bairros nobres de São Paulo.
O trabalho de inteligência foi levou quatro meses de trabalho para ser concluído e envolveu quatro policiais que se passaram por usuários no chamado “fluxo” da cracolândia. Todo o trabalho faz parte de uma investigação para o combate ao tráfico de drogas na região.
Conforme apurado pela polícia, o quilo do crack está sendo vendido no varejo por até 45 mil reais. O lucro estimado para a mesma quantidade de cocaína é de até 30 mil reais nos bairros nobres paulistanos, como Higienópolis, Pinheiros ou Itaim Bibi.
O crack é feito a partir da sobra da produção da cocaína e tem razão do seu alto poder de degradação do usuário.
As razões apontadas para o alto preço do crack no local são a falta de concorrência — pois só o PCC pode comercializar ali — e a segurança oferecida aos usuários para comprar e consumir no local sem ter problemas com a polícia.
De 2014 até 2018 a Prefeitura de São Paulo forneceu uma bolsa de 500 reais a dependentes químicos da região da Cracolândia em troca de dias trabalhados em serviços como varrição de ruas, jardinagem e reciclagem. O chamado “bolsa crack” fora criado por Fernando Haddad, do PT, sendo descontinuado por João Doria no seu segundo ano de mandato como prefeito de S. Paulo.