O boom posterior à reabertura da economia pós-COVID, que aumentou a frequência em bares e o consumo de cerveja por 6 a 9 meses, reduziu para patamares até 15 a 20% menores que os registrados no período pré-pandemia.
De acordo com relatório do Itaú BBA sobre reunião com um grande proprietário de bares (que possui mais de 40 estabelecimento e receita líquida de R$ 200 milhões) com foco na Ambev (ABEV3), isso pode ser motivado tanto por preços mais altos da cerveja quanto por mudanças nos padrões de consumo.
Além disso, na análise, o banco destacou que, apesar dos riscos, a visão foi positiva e que há grandes chances de para um ambiente corporativo favorável.
Um dos principais riscos que vem sendo analisados é a mudança no padrão de consumo de bebidas, especialmente entre os mais jovens. Na visão do proprietário de bares, os mais novos não tem demonstrado frequência alta em “happy hours”. Além disso, o trabalho em casa (home-office) prejudicou a frequência aos bares.
Outro fator que explica a diminuição na frequência aos bares são os valores mais elevados que da cerveja. Isso pode estar forçando consumidores a trocar seu consumo em bares pela compra em supermercados.
“Isso pode forçar a indústria de bares a ajustar seu formato para evitar perder relevância, o que é preocupante, pois esse segmento geralmente tem margens mais altas para a indústria de cerveja do que os supermercados (estimamos 15 pp a mais)”, pondera o BBA.
HEINEKEN NA BRIGA
Analisando a concorrência da Heineken, a visão é que a AmBev foi capaz de criar marcas que podem competir com o carro-chefe da concorrente. A criação da Becks e da Spaten mostrou-se como acertada, com o intuito de substituir do principal produto da Heineken.
Outro aspecto relevante é que o preço da cerveja principal da Heineken aumentou cerca de 15% e deve subir ainda mais no futuro. Uma das causas para o aumento seria o perfil de “premium” que a marca sempre ostentou.
“A empresa Heineken pode tentar desenvolver outras marcas como Lagunitas e Blue Moon no mercado premium como alternativas”, conclui o BBA.
Entre as marcas mais populares, o crescimento tem ocorrido com a Amstel. Contudo, o mesmo não tem ocorrido com a marca Tiger, pois a aceitação dela tem apresentado desafios.
O Itaú BBA tem recomendação outperform (com performance acima do índice de referência, similar a compra) para ABEV3, com preço-alvo de R$ 21,00 ao final de 2024.
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Com informações do Infomoney.
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