A Target, gigante do varejo norte-americana, viu as vendas caírem nas lojas e online pela primeira vez em anos. A queda é atribuída pelo mercado a um boicote de consumidores, após a reação negativa sobre a promoção do “Orgulho LGBT”. As vendas caíram 5% no período de abril a junho em comparação com o mesmo período do ano passado. É a primeira queda nas vendas em seis anos.
O declínio veio após a controvérsia sobre algumas das mercadorias relacionadas à temática do chamado Orgulho LGBT. Os produtos foram vendidos pela empresa sob alegação de apoio à causa LGBT. A grande polêmica obrigou a varejista a remover itens de algumas lojas devido à revolta dos consumidores com as mensagens que havia nas mercadorias.
EXECUTIVO RELATIVIZA EFEITO DO BOICOTE DE CONSUMIDORES
Para o executivo-chefe da Target, Brian Cornell, a queda nas vendas também reflete o fato de que os orçamentos dos compradores estão sendo reduzidos, já que o custo de vida continua alto.
A empresa disse que o impacto dessas forças era difícil de separar de outras questões, como os pedidos de boicote durante o período do mês do Orgulho.
COMO FORAM OS PROTESTOS
A revolta das famílias com os tipos de produtos que a Target vinha promovendo levou à depredação de vitrines de algumas lojas e danos nas próprias mercadorias. A coleção “Orgulho LGBT” incluía uma ampla seleção de itens de vestuário infantil decoradas com arco-íris, canecas com a mensagem “Gênero Fluido” e livros infantis intitulados “Orgulho 1,2,3” e “Eu não sou uma garota”. Este último voltado para meninas.
A revolta popular levou à remoção de alguns itens da coleção de 2.000 peças. Muitos deles eram de uma parceria com a marca Abprallen do designer transgênero Erik Carnell, que já enfrentou críticas por itens vendidos em outros lugares, apresentando imagens de pentagramas e crânios com chifres.
Diante da revolta dos consumidores, a empresa decidiu remover os itens sob a alegação de manter a segurança dos funcionários. No auge dos protestos, em maio, a companhia chegou a perder US$ 10 bilhões em valor de mercado.
PREVISÕES AINDA SÃO NEGATIVAS
Apesar de relativizarem os efeitos do boicote de consumidores sobre a queda das vendas, os executivos preveem um desempenho mais fraco do que o previsto anteriormente para o resto do ano. Segundo a empresa, isso se dá pelo impacto sobre os compradores da suspensão dos subsídios a estudantes que vêm desde o auge da pandemia.
A Target é a mais recente vítima, nos EUA, da fúria dos consumidores com excessos de empresas na promoção da causa. Disney e Budweiser (Bud Light) estão entre as outras marcas que enfrentaram boicotes e reações semelhantes de clientes.
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