Na última quinta-feira (25/01), a polícia prendeu um elemento de 23 anos em flagrante sob suspeita de assassinar a própria mãe a facadas e pauladas no município de Corrente (PI). Victor Gabriel Nunes de Paula (foto), que já havia sido preso em 2019 por matar o pai esfaqueado em Ceilândia (DF), foi absolvido pelo crime na época e ficou internado por um ano por determinação judicial, após apresentar laudo com diagnóstico de transtornos mentais.
De acordo com a Polícia Militar do Piauí (PMPI), Benedita Silva Nunes, de 49 anos, foi encontrada morta dentro de casa. Ela tinha marcas de facadas no rosto e sinais de espancamento. Além disso, ela teve os dentes quebrados e sofreu golpes na cabeça com uma barra de ferro.
No dia do crime, testemunhas viram Victor Gabriel saindo da casa da família e pouco depois sua irmã entrou no imóvel e encontrou Benedita morta. O suspeito fugiu, mas a polícia o encontrou e levou para a delegacia de Corrente.
BRIGAS E DROGAS
De acordo com vizinhos da vítima, mãe e filho costumavam ter brigas devido à dependência química de Victor Gabriel. Mas a mãe tentava ajudá-lo a se livrar do vício. De acordo com as investigações, uma dessas brigas teria motivado o crime.
Quando de sua prisão em 19 de outubro de 2019, na QNM 21 de Ceilândia, Victor Gabriel tinha 18 anos e alegou que sofria várias ameaças de morte por parte do pai. Ele confessou que o atacou para evitar ser vítima de um eventual assassinato. A discussão sobre o consumo de drogas em casa teria sido o estopim para a tragédia.
Ao chegarem ao endereço da família, os policiais militares encontraram Victor Gabriel segurando uma faca e o pai deitado em seu colo. Na ocasião, o agressor ainda feriu outra pessoa que tentou impedir o crime.
MATOU O PAI E FOI ABSOLVIDO
Apesar de o filho da vítima ter confessado o crime, a juíza Vivian Lins Cardoso interpretou que a liberação do assassino não causaria “perturbação à ordem pública“. Na ata da audiência de custódia do preso, em 21 de outubro de 2019, a magistrada considerou que, por se tratar de um “crime passional“, não havia elementos que indicassem “a mesma intenção homicida contra outras pessoas” caso Victor Gabriel estivesse em liberdade. “Não há o que se falar em prisão do autuado como garantia da ordem pública“, completou a juíza.
Outros fatores que pesaram para a decisão foram o fato de o acusado ser réu primário, “de bons antecedentes” e sem ficha criminal. Portanto, para a magistrada, a medida cautelar de monitoração eletrônica seria uma “providência adequada e suficiente“.
Apesar de um mandado de prisão preventiva em 2019, Victor recebeu um habeas corpus da Justiça do Distrito Federal. No final de 2020, com o laudo pericial que atestou os transtornos mentais, o juiz determinou a internação do acusado.
Em maio de 2021, ocorreu o julgamento Victor Gabriel pelo Tribunal do Júri, que o absolveu pelo homicídio do pai. No entanto, como medida de segurança, o magistrado determinou a internação do réu por pelo menos um ano.