A quebra de sigilos bancários em uma investigação revelaram que o ex-jogador Emerson Sheik teria colaborado com o bicheiro Bernardo Bello a lavar dinheiro. A denúncia é do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Ainda segundo a denúncia, o ex-jogador do Flamengo é acusado de fazer uma operação imobiliária com o bicheiro em que teria recebido dinheiro por fora. O negócio teria sido uma permuta de uma cobertura do ex-jogador por uma casa de Bello na Barra da Tijuca.
O GAECO afirma que Sheik teria recebido clandestinamente (“por fora”) R$ 473,5 mil de Bello, através de quatro depósitos bancários feitos em espécie, como diferença na “permuta” dos imóveis.
Emerson Sheik é o nome com que Márcio Passos de Albuquerque ficou famoso no futebol. Ele é um dos nove denunciados por fazer parte de uma organização criminosa chefiada por Bernardo Bello.
Bello é alvo da Operação Banca da Vila, deflagrada nesta sexta-feira (10/03) com o objetivo de cumprir um mandado de prisão contra o bicheiro e mais nove mandados de busca e apreensão. Os envolvidos são acusados de crimes de lavagem de dinheiro que teria origem, sobretudo, no jogo do bicho e na exploração de máquinas caça-níqueis.
Ainda segundo as investigações, a Escola de Samba Vila Isabel, da qual Bernardo Bello foi presidente, também faria parte das operações da organização criminosa.
Emerson Sheik já foi acusado em outra ocasião de envolvimento em negócios suspeitos com contraventores. No ano de 2010, ele apareceu no noticiário como comprador de um BMW X6 do bicheiro Haylton Scafura (filho de Piruinha, assassinado em junho de 2017).
O carro havia sido importado de forma ilegal. Segundo a investigação, na operação batizada de Black Ops, Sheik adquiriu o carro à Euro Imported Cars (de propriedade do bicheiro) e declarou ter pago apenas US$ 5 mil para um carro que valia em torno de US$ 57 mil.