Após prometer 20 mil cestas básicas para as vítimas do temporal do dia 1° de abril, a Prefeitura de Nova Iguaçu frustrou a maioria deles. Após passar a madrugada em uma longa fila, a saiu de mãos abanando.
Uma longa fila se formou a ponto de dobrar uma esquina do bairro de Comendador Soares, um dos mais atingidos pelas chuvas. Os próprios moradores precisaram se organizar na espera pelo socorro prometido e noticiado pela prefeitura no seu site.
“Eu estou aqui desde as 4h da manhã”, disse uma vítima ao programa “RJ2″, da TV Globo. “Cheguei às 2:30h, fui a primeira a chegar. Estava ali debaixo de chuva. Da outra vez, eu cheguei às 5h30 e não saí com a minha cesta, agora eu tornei a vir de novo”, contou revelou outra moradora.
Moradores também têm reclamado do abandono e falta de assistência da Prefeitura: “Cheguei às 5h, todo dia (desde a chuva), uso a mes ma roupa, que lavo todo dia, porque eu estou sem roupa nenhuma e ninguém está dando assistência”, revelou um morador.
Foram mais de 5.600 famílias de Nova Iguaçu que ficaram sem condições de voltar para casa depois das chuvas.
A distribuição de cestas básicas começou timidamente no sábado (02/04). Moradores disseram ao noticiário “RJTV” que no domingo (03/04) estiveram no local da distribuição do dia anterior para um cadastro, mas não receberam o benefício prometido. Alguns tentaram novamente na segunda-feira (04/04), também sem sucesso.
Nesta terça-feira (05/04), a Prefeitura de Nova Iguaçu anunciou a suspensão da distribuição de cestas, que prometeu, mas já não fazia há dias, e manteve o cadastro dos moradores. Apesar do tempo e do cadastro, nesta quarta-feira (06/04), a espera continuava desorganizada.
“O povo está sendo muito humilhado aqui”, lamentou um morador.
Apesar de madrugarem na fila e de dos protestos, apenas às 16:20h, chegou um caminhão com cestas básicas. Mas a distribuição não contemplou a todos e nem chegou perto do número prometido pelo Prefeito Rogério Lisboa.
Das vinte mil cestas prometidas, apenas cerca de duas mil foram distribuídas. Moradores ainda acusam a Prefeitura de ter perdido muitos cadastros e de ter usado a alegação de que alguns moradores não estavam cadastrados para não conceder-lhes o benefício.