O cientista político especialista em Oriente Médio e Segurança Nacional, André Lajst (foto), foi hostilizado e chamado de “nazista” por alunos da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). A agressão ocorreu durante a realização de uma palestra sobre empreendedorismo em Israel, na última quinta-feira (10/08).
À Gazeta do Povo, do Paraná, o professor, que é judeu, informou que irá processar os agressores por difamação.
“A difamação incita o ódio e precisa servir de exemplo. A incitação ao ódio gera pensamentos que geram ações, que gera violência física. E é justamente isso o que a gente precisa combater no Brasil”, disse Lajst nesta sexta-feira (11/08).
André Lajst foi atacado por alunos ligados ao Diretório Central dos Estudantes (DCE), que se concentraram do lado de fora do local onde aconteceu a palestra com cartazes, megafones e bandeiras da Palestina. Militantes de esquerda, eles acusaram Lajst de fazer “apologia ao genocídio do povo palestino”.
“Eles não estavam lá para protestar por causa do que eu ia falar, eles estavam lá para protestar por causa de quem eu sou. Isso é racismo e antissemitismo […] Eles falam que são contra o ‘genocício’, o ‘apartheid’ e contra ‘limpeza étnica’. Eu também sou. Nunca protegi essas ideias. Não tem nada meu defendendo essas ideias nefastas”, mas “eles convencem outras pessoas de que estão lá protestando contra alguém que é racista. Eles me chamaram de nazista. Eu sou judeu, meu avô sobreviveu ao holocausto e eu sou nazista? Eu quero a minha própria morte? Isso é ridículo, é uma difamação”, disse André Lajst.
ESCOLTA POLICIAL FOI CHAMADA
Foi necessária escolta policial para o professor entrar e sair do local com segurança. A manifestação não impediu a realização da palestra, mas deixou uma servidora da universidade ferida e um militante preso.
“Lamentável. Fui convidado para falar sobre desenvolvimento sustentável na Universidade Federal do Amazonas e tive de ser escoltado pela polícia porque um grupo de antissemitas quis impedir violentamente a minha ‘presença’. Esse ódio tem que parar”, disse o professor no Twitter.
MILITANTES CRITICAM POLÍCIA POR PROTEGER PROFESSOR
Nesta sexta-feira (11/08), os militantes fizeram postagens criticando a ação da polícia no evento em que o professor André Lajst foi agredido verbalmente.
Publicações nos Stories do Instagram do DCE da UFAM voltaram a repudiar a presença do professor, a quem classificaram como “sionista”.
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