
O primeiro caso conhecido de COVID-19 no mundo (o chamado “paciente zero”) foi de uma trabalhadora de um mercado de frutos do mar da Wuhan, na China. Anteriormente acreditou-se que seria um contador que vivia a quilômetros de distância dali e parecia ter alguma relação com o local. As informações são de um estudo publicado na revista Science divulgado nesta quinta-feira (18/11).
O estudo reabriu o debate sobre a origem do coronavírus causador da COVID-19. A pesquisa pelo marco zero da pandemia gerou especulações de que o vírus poderia ter vazado por acidente durante experiência com vírus originários de morcegos no Laboratório de Virologia de Wuhan. Essa tese elevou as tensões entre Estados Unidos e China.
Após um estudo conjunto, a China e a Organização Mundial de Saúde (OMS) descartaram a tese de que o Sars-Cov-2 vazou de um laboratório. A hipótese mais provável seria a infecção natural de humanos, provavelmente por meio do comércio de animais selvagens, que também era vendidos no mercado de Wuhan.
Porém, o cientista Michael Worobey, da Universidade do Arizona, que é um dos principais especialistas em rastrear a evolução de diferentes vírus, encontrou divergências na linha do tempo ao investigar informações já tornadas públicas em periódicos médicos e meios de comunicação. Michael argumenta que os laços da vendedora com o mercado e uma nova análise das primeiras conexões dos pacientes hospitalizados sugerem fortemente que a pandemia começou ali
“Nesta cidade de 11 milhões de habitantes, metade dos primeiros casos está relacionada a um lugar do tamanho de um campo de futebol. É muito difícil explicar esse padrão se o surto não tiver começado no mercado”, disse Worobey ao The New York Times.
A OMS propôs em outubro um novo painel de especialistas para fortalecer a investigação da origem do coronavírus.