Quem ligou a TV Senado na sessão da CPI da COVID na manhã desta terça-feira (25/05) deve ter ficado confuso quando o relator Renan Calheiros (MDB-AL) foi convidado a iniciar os questionamentos à depoente, Mayra Pinheiro.
Após os cumprimentos protocolares, Renan começou a divagar sobre o julgamento de Nuremberg, no qual os próceres do nazismo foram julgados, sem entrar na colheita do depoimento.
No meio de sua preleção tresloucada, alguns senadores protestaram com veemência contra a fala desconexa com o objeto da CPI.
Renan Calheiros é um político experiente e não é louco como seu discurso na manhã desta terça-feira sugeriu. O gesto tinha endereço e pretendeu agradar às falanges do petismo onde discursos sem conexão com a realidade encontram grande receptividade.
O coronel das Alagoas está obstinado pela meta de ser vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o ex-presidente seja candidato em 2022. Renan e Lula são velhos amigos e aliados, mas o nome de Renan ainda encontra alguma resistência no petismo.
Renan está disposto a pagar qualquer preço para conquistar a simpatia dos petistas e disputar a eleição na chapa lulista. Até o preço de ser ridículo.
PROTESTOS CONTRA USO POLÍTICO DO HOLOCAUSTO
Entidade judaica repudiou o uso político que Renan Calheiros fez do holocausto e emitiu nota.
A CONIB (Confederação Israelita do Brasil) afirmou que a fala de Renan é uma comparação “completamente indevida do momento atual com os trágicos episódios do nazismo que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto. Essas comparações, muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes.”