O fuzilamento do policial militar Wesley na Bahia desnudou a situação de extrema gravidade a que nossas forças policiais estaduais estão sendo submetidas na pandemia.
Além dos problemas habituais que a condição de policial militar carrega, a pandemia tem obrigado os policiais a cumprirem ordens absurdas contra pessoas que eles sabem que não estão fazendo nada de errado.
Preparados nas academias militares para perseguir e prender bandidos, os agentes estão sendo obrigados por governadores tiranos a perseguir trabalhadores, aqueles que estão do lado certo da lei e que sempre foram a referência do bom comportamento para um bom policial.
Se o estresse de viver permanentemente sob o risco de morte e os baixos vencimentos já eram coisas com que os policiais tinham de lidar e, em muitos casos, até já aprenderam a suportar, o caso do policial baiano Wesley mostra que há limites para a saúde mental de um militar.
No caso da corporação baiana, agora ainda terão de carregar a mancha de terem sido os assassinos de um membro da própria PMBA por conta de um governador que gosta brinca de ditador.
Ou o Brasil retorna à normalidade, sujeitando-se aos valores do trabalho e da livre iniciativa que nossa constituição estabelece, ou teremos em breve uma pandemia de greves policiais em todo o país.
Aos familiares do policial militar Wesley Soares Góes a nossa solidariedade. Aos seus colegas de farda, só há uma coisa a fazer: um desagravo à sua morte informando ao governador que não serão cumpridas mais ordens absurdas contra o povo do Estado da Bahia.