

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse este sábado que “o mundo como um todo” não vai superar a pandemia antes de 2023. Para ele, a Europa já está “saindo do túnel“, mas a situação ainda é difícil na América do Sul, na África e na Índia. “O mundo como um todo não vai superar o vírus até 2023. Perante nós está uma longa luta contra a pandemia“, disse ainda Borell.
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros explicou que acredita que a pandemia de COVID-19 resultará em um mundo diferente, mais digital e com novas desigualdades.
“Todos estamos cientes das consequências futuras, mas também da solução para a crise provocada pela pandemia, que é a vacinação“, disse.
Borrell defendeu a doação de vacinas a países pobres para impulsionar o desenvolvimento econômico, prejudicado pela pandemia, e lembrou os alertas da ONU de que a falta de remédios em algumas regiões significará diferenças na recuperação e mais instabilidade no mundo.
Ele ainda mencionou as doações europeias para o mecanismo global COVAX, uma plataforma de vacinação promovida pela Organização Mundial de Saúde.
Borrell acusou a Rússia e a China de promoverem “diplomacia de vacinas” para reforçar os seus interesses no mundo e alertou que a UE deve “estar ciente disso e agir de acordo com a situação”.
Indicou que, sobretudo, a influência da China no mundo é crescente e que a cooperação é “cada vez mais difícil” com Pequim, embora tenha defendido o entendimento devido à importância do país asiático.
“Até 25% do crescimento econômico global este ano vem da China“, alertou.
Borrell considerou que a competição entre a China e os Estados Unidos moldará o mundo nas próximas décadas e que a UE deve traçar o seu caminho “olhando através de suas próprias lentes“.
“Com os Estados Unidos compartilhamos a história, o sistema político e econômico. Estaremos sempre próximos de Washington, mas devemos olhar para o mundo com os nossos interesses em mente“, disse Borrell, acrescentando que o diálogo da UE com o governo do presidente Joe Biden na China é “positivo e construtivo“.