Todos os dias às 18h um o grito ecoa pelas galerias de todos os presídios que abrigam criminosos do Comando Vermelho (CV). Em seguida ocorre oração da facção, acompanhada do Pai Nosso. Após as orações são lidos nomes de comparsas que, eventualmente, tenham sido mortos pela polícia. Antes de cada nome é dado um “salve”.
Foi isso que ocorreu no dia 6 de maio. Naquele dia, 28 pessoas morreram durante a Operação Exceptis, no Jacarezinho. Dessas 28 pessoas, um era policial e os demais eram, em tese, suspeitos. Mas a suspeição parece se confirmar com a homenagem feita naquele dia nos presídios. Todos os apelidos dos mortos foram lidos em voz alta nos presídios. A informação é do jornal O DIA, que apurou a informação com fontes da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Além disso, segundo o jornal, os detentos abriram mão de seu banho de sol naquela data em sinal de luto.
A homenagem sempre ocorre quando um integrante da facção é morto. Quem “puxa” a oração é o presidente da comissão de cada cadeia. Este detento é sempre o líder responsável por tratar dos assuntos dos encarcerados, como faxina, banho de sol e contato com os agentes penitenciários. O presídio que tem mais criminosos ligados à facção no Rio é Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, ou Bangu 3, no Complexo de Gericinó.
Essa informação – dada por um órgão da grande mídia – confirma que os “suspeitos” eram, de fato, criminosos.