O cineasta Cacá Diegues, um dos maiores nomes do cinema brasileiro e fundador do movimento Cinema Novo, faleceu na madrugada desta sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025, aos 84 anos. A morte ocorreu devido a complicações pós-cirúrgicas. Nascido Carlos José Fontes Diegues em Maceió, no dia 19 de maio de 1940, ele se mudou para o Rio de Janeiro aos 6 anos, onde cresceu no bairro de Botafogo, na Zona Sul da cidade.
Trajetória no Cinema Novo e obras marcantes
Cacá Diegues foi um dos pilares do Cinema Novo, movimento que revolucionou a cinematografia brasileira na década de 1960, ao lado de nomes como Glauber Rocha, Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade. Ao longo de sua carreira, dirigiu mais de 20 longas-metragens, muitos deles aclamados pela crítica e pelo público. Entre suas obras mais emblemáticas estão Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980), Veja Esta Canção (1994) e Tieta do Agreste (1995).
Outros filmes de destaque em sua filmografia incluem Ganga Zumba (1964), Os Herdeiros (1969), Joanna Francesa (1973), Chuvas de Verão (1978), Quilombo (1984), Um Trem para as Estrelas (1987), Orfeu (1999), Deus é Brasileiro (2003), O Maior Amor do Mundo (2005) e O Grande Circo Místico (2018), este último inspirado na obra do poeta Jorge de Lima. Em 2012, Diegues foi homenageado no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Homenagens e legado cultural
Além de sua contribuição para o cinema, Cacá Diegues foi tema de enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo em 2016. O carnavalesco Márcio Puluker desenvolveu o enredo “Cacá Diegues – Retratos de um Brasil em Cena”, que emocionou o cineasta durante o desfile. Ele desfilou no último carro alegórico e definiu a experiência como um “grande encontro familiar”.
Em 2018, Diegues foi eleito para a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo o também cineasta Nelson Pereira dos Santos. A cadeira já havia sido ocupada por personalidades como Euclides da Cunha e Valentim Magalhães, com o patrono Castro Alves.
Vida pessoal e família
Cacá Diegues era pai de quatro filhos, dois deles frutos de seu casamento com a cantora Nara Leão. Desde 1981, era casado com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães. Ele deixa três netos e um legado que marcou profundamente a cultura brasileira, tanto no cinema quanto na literatura e no carnaval.
Repercussão e homenagens póstumas
A morte de Cacá Diegues já começa a gerar homenagens de colegas, admiradores e instituições culturais. Sua obra continua a inspirar novas gerações de cineastas e artistas, consolidando-o como uma das figuras mais importantes da história cultural do Brasil.