Embora tenha recebido o prêmio de melhor atriz do Globo de Ouro pela personagem Eunice do filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, a atuação de Fernanda Torres não foi bem recebida na França.
Sob o título “Je Suis Toujours Là”, a produção brasileira estreia em 200 salas francesas. O interesse pela obra decorre do prêmio recebido pela atriz.
Contudo, um dos jornais mais esquerdistas do mundo, o Le Monde, não apresentou uma boa avaliação da atuação de Torres. Jacques Mandelbaum, crítico do Le Monde, analisou a obra centrada na personagem Eunice Paiva. Para ele, essa abordagem essa escolha narrativa faz com que a obra não explore de forma adequada os aspectos do regime político brasileiro de então, resultando em uma análise superficial.
Além disso, Mandelbaum avaliou a atuação de Fernanda Torres como “um tanto monocórdica”, fazendo uma comparação com a atuação da também brasileira Sônia Braga em “Aquarius”, filme de 2016. O crítico, também de esquerda como o jornal, atribuiu ao filme a nota de uma estrela, em uma escala que vai até quatro, reforçando sua crítica negativa.
NA FRANÇA, O CINEMA É MUITO MAIS QUE UMA INDÚSTRIA
A arte do cinema ocupa um lugar central na cultura francesa, desempenhando um papel fundamental na identidade nacional do país. Desde o início da indústria cinematográfica, com os irmãos Lumière, a França tem sido uma pioneira e influenciadora no desenvolvimento do cinema.
O mundo reconhece o cinema francês pelo seu enfoque artístico e inovador, com movimentos emblemáticos como a Nouvelle Vague, que desafiou convenções narrativas e visuais. Para os franceses, o cinema não é apenas uma forma de entretenimento, mas também um meio de expressão cultural e reflexão social. Sua função também é capturar a diversidade e as complexidades da vida.
Festivais de cinema, como Cannes, reforçam a importância e o prestígio do cinema francês no cenário global, tornando-se vitrines para novos talentos e tendências cinematográficas.
Além disso, as políticas culturais francesas sustentam essa forma de arte. A França apoia a produção de seus filmes para que o cinema permaneça sendo vitrine da arte francesa.