Uma declaração dada pelo engenheiro Amílcar Brunazo Filho a deputados nesta quinta-feira (20/05) foi omitida pela grande mídia e não foi repercutida pelos políticos que defendem o voto impresso como poderiam ter feito.
O Dr. Amílcar deu uma importante informação técnica ao dizer que o sistema eleitoral do Brasil não tem transparência suficiente para permitir a detecção de fraudes. A sua afirmação é uma fundamentação técnica que destrói uma das principais desculpas dadas pelo atual presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, na sua cruzada contra a possibilidade de auditar o processo eleitoral.
Em audiência da comissão do Voto Auditável na Câmara dos Deputados, o engenheiro disse: “Veja bem, eu não estou dizendo aqui em nenhum momento que [houve] fraudes. O que eu vou afirmar e tentar demonstrar rapidamente aqui, não há muito tempo, é que o sistema não tem transparência suficiente para permitir a detecção de fraudes”.
Uma das principais desculpas dada pelo ministro Barroso é de que nunca houve qualquer sinal de fraude nas eleições com o voto eletrônico no Brasil. As declarações do engenheiro Amílcar explicam as razões para que não se tenha tido sinal de fraude: é que o sistema não permite sequer que elas possam ser detectadas. Ele é na verdade perfeito para as fraudes.
“[Dizem] que o boletim de urna serve para fazer auditoria da urna – não serve. O boletim de urna serve para fazer auditoria da totalização. Auditoria da urna tem que ser feita com os dados de entrada, que seriam os votos dados pelos eleitores e que a urna não gera. Então o boletim de urna não serve para fazer auditoria, ao contrário do que o TSE afirma, afirma, afirma e reafirma”, completou o Dr. Amílcar.
A única garantia que o sistema eletrônico inauditável como é hoje nos dá de que não teremos problemas com fraudes eleitorais é pelo fato de que é impossível de descobrir se elas aconteceram.