A delegada titular da 14ª DP (Leblon), Daniela Terra, afirma não haver dúvidas de que o belga Walter Henri Maximillen Biot foi vítima de um homicídio. Apesar da versão do companheiro de Walter, Uwe Herbert Hahn, cônsul da República da Alemanha no Rio de Janeiro, que informou que a morte teria sido decorrente de uma queda após um mal súbito, os investigadores não acreditam nessaa versão.
Um laudo elaborado após a análise do local e concluído nesta terça-feira (30/08), deixa claro que “o conjunto de lesões da vítima, descrito nos laudos do IML supramencionados, não é compatível apenas com queda frontal da própria altura”.
Daniela Terra fala em “situação de tortura” pela quantidade de lesões, que, de acordo com a perícia, podem ter rido como causa elementos externos. O laudo indica que foram encontradas manchas de sangue não apenas no local em que o corpo estava, como em outros cômodos da residência.
“O perito foi claro em afirmar que o estado do corpo, as lesões colocadas, eram feitas por uma pessoa e por elementos externos. Não tenho dúvidas de que ele foi assassinado”, Daniela Terra.
Outros elementos contribuem para a conclusão de que havia uma relação abusiva entre os dois companheiros. É o caso da mensagem que Walter enviou para o irmão, também belga, com uma foto de seu rosto com machucado no queixo, quando relatou: “É o inferno aqui com Uwe”, referindo-se ao marido, cônsul da Alemanha.
“Nós acreditamos que foi uma situação de tortura. Ele era dependente economicamente do cônsul. Por isso, tinha uma relação de fragilidade. Mas ele tinha ganhado uma herança da família há pouco tempo da família e estava se mostrando um pouco mais independente e isso foi tornando o Uwe mais agressivo”, explicou a delegada.