Policiais da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) do Distrito Federal prenderam nessa quarta-feira (14/02) um elemento de 55 anos. A acusação é de estupro de vulnerável. A tentativa de estupro foi contra a filha de um casal de amigos.
A criança, que tem apenas sete anos, utilizou o celular de sua avó paterna para flagrar a tentativa de estupro por parte do abusador.
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o pai da menina procurou a unidade policial para comunicar o crime praticado pelo homem. O criminoso era um antigo amigo da família.
Os agentes assistiram ao vídeo e, posteriormente, deslocaram-se à residência do agressor. No local, realizaram a prisão em flagrante.
O criminoso é marido de uma pastora e, dessa forma, mantinha amizade com a família da vítima há mais de 20 anos. Ainda de acordo com os investigadores, o homem já respondia por um outro estupro contra uma adolescente de 13 anos.
Os policiais recolheram o elemento à Divisão de Controle e Custódia de Presos da PCDF, onde permanecerá à disposição da Justiça. Caso seja condenado, poderá receber uma pena de até 15 anos de prisão.
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É PRECISO ORIENTAR AS CRIANÇAS
Os casos de abuso contra crianças são cada vez mais frequentes. Por mais difícil que pareça, é preciso que os pais e responsáveis conversem com os filhos sobre o assunto. O mal que elas podem sofrer é muito maior que a dificuldade de conversar sobre o assunto. Nesta tentativa de estupro ocorrida no Distrito Federal, por exemplo, a criança soube adotar uma estratégia contra o abusador.
As crianças precisam se sentir seguras para contar aos pais ou para pessoas de confiança quando alguém tenta tocá-las de forma inapropriada ou mesmo quando alguém conversa com elas de assuntos relacionados à sexualidade.
Por se tratar de um assunto que ainda é tabu, muitas pessoas ignoram o problema. Mas, é muito importante dizer para seu filho que, sempre que ele se sentir incomodado com algum toque, ele deve dizer “não” e contar imediatamente para alguém de confiança o que está acontecendo.
Pais e responsáveis não precisam (e nem devem) bombardear seu filho com todas as informações de uma vez só. O ideal é que as explicações venham aos poucos.. Um estudo publicado no Journal of Adolescent Health mostrou que uma única conversa não resolve o problema. É preciso que esse papo aconteça de forma constante e natural, desde cedo.
Além disso, é importante ficar de olho no que as crianças assistem na televisão e nos conteúdos que elas consomem na internet e nos videogames.
Busque ajuda com profissionais, médicos, psicólogos, educadores (da escola onde suas crianças estudam) ou mesmo no Google para saber como falar com seus filhos sobre o assunto.
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O QUE FALAR DE ACORDO COM A IDADE DA CRIANÇA
O Centro Nacional do Comportamento Sexual da Juventude do Reino Unido lançou uma cartilha para ajudar os pais nessa missão. A seguir, veja quais são as recomendações sobre o que deve ser dito ou não, de acordo com a idade:
Até os 4 anos
- Explique que meninos e meninas são diferentes
- Dê nomes precisos para as partes do corpo, incluindo os órgãos genitais. Nada de ficar inventando “apelidos”
- Conte que os bebês vêm da barriga da mãe
- Estabeleça regras sobre limites pessoais, como manter as partes íntimas sempre cobertas
- Dê respostas simples a todas as perguntas sobre o corpo e as funções corporais
- Fale sobre a diferença entre toques aceitáveis (que são agradáveis e bem-vindos) e toques inadequados (que são desconfortáveis, indesejados ou dolorosos)
- Diga que seu filho tem a liberdade para dizer “não” todas as vezes que não se sentir confortável com a ideia de ser tocado, inclusive quando parentes e amigos quiserem dar beijos ou abraços
- Explique que ninguém (crianças e adultos) tem o direito de tocar em suas partes íntimas
- Mostre que seu filho pode confiar em você e que está disponível e aberto para ouvir tudo o que ele tem a dizer. Peça para que ele não guarde segredos
- Explique a diferença entre “surpresa” (que é algo que será revelado em breve, como um presente) e “segredo” (que é algo que você nunca deve contar)
Dos 4 aos 6 anos
- Diga que os corpos dos meninos e das meninas mudam conforme eles vão ficando mais velhos
- Explique como os bebês crescem na barriga da mãe e conte sobre o processo de nascimento
- Estabeleça algumas regrinhas sobre limites pessoais, como sempre manter as partes íntimas cobertas em público e nunca tocar as partes íntimas dos colegas
- Oriente sobre como seu filho deve agir se um estranho fizer qualquer tipo de convite. Fale que ele deve imediatamente avisar a família, o professor ou outro adulto de confiança
- Explique que é errado que alguém toque suas partes íntimas sem permissão ou peça para você toque as partes íntimas de outra pessoa, mesmo que seja de alguém conhecido ou da família
- Diga que, se uma situação de abuso acontecer, a criança nunca é a culpada e que ela precisa contar o que aconteceu para alguém de confiança
Dos 7 aos 12 anos
- Fale sobre as mudanças da puberdade e explique como podemos lidar com elas
- Dê noções básicas sobre reprodução, gravidez e parto
- Oriente sobre os riscos da atividade sexual, como gravidez e DSTs
- Converse, de forma simples, sobre o que são métodos contraceptivos e como eles funcionam
- Explique que o abuso sexual não precisa, necessariamente, envolver toque
- Dê orientações sobre como se manter seguro ao conversar e conhecer pessoas pela internet
- Fale sobre namoro e estabeleça “regras” sobre o assunto
- Mostre como ele pode reconhecer e evitar situações de “risco”
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