O ex-presidente da Polônia, Lech Walesa, sobreviveu numa Europa que se recuperava da Segunda Guerra mas, agora aos 78 anos, a pandemia o colocou em uma situação que ele tem tido dificuldade para vencer.
As restrições da pandemia obrigaram o ex-Nobel da Paz a cancelar todas as conferências que faria e isso o deixou em maus lençóis econômicos, segundo ele próprio confessou à imprensa poponesa: “Agora estou falido, porque recebo apenas 6.000 zlotys de aposentadoria (cerca de 1.320 euros) e a minha mulher gasta, pelo menos, 7.000 por mês (aproximadamente 1.540 euros)”, disse o ex-presidente.
Durante uma entrevista ao jornal polonês Super Express, aquele que foi o primeiro Presidente da Polônia eleito pelo voto popular perguntou abertamente aos jornalistas presentes se havia vagas de emprego nos jornais.
Walesa não se exime das culpas que tem na sua atual situação financeira, admitindo que não soube poupar nos tempos de prosperidade: “Houve momentos em que tinha dinheiro, mas depois gastava-o“. Como consequência, teve de explicar à família que no Natal ninguém ia receber presentes.
Em fevereiro do ano passado, já tinha dito: “Se eu não conseguir encontrar algo rápido, terei de ir pedir esmola na porta da igreja”. Em abril, Walesa colocou um anúncio no site flexi.pl, onde até autógrafos oferecia: “Um líder experiente, grande orador, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, presidente da Polónia entre 1990 e 1995, cofundador e primeiro presidente do Solidariedade, conduz reuniões e formações para lideranças, aceita convites para reuniões de incentivo em empresas, mas também em famílias, possíveis serviços publicitários, fotos conjuntas e autógrafos“, dizia o texto em que oferecia serviços.
A situação de Walesa é curiosa se comparada a dos ex-presidentes de outros países. No Brasil, por exemplo, um ex-presidente ficou viúvo e no inventário da falecida esposa havia mais de 200 milhões de reais. A finada era do lar, não exercendo qualquer atividade remunerada relevante.