
Uma das primeiras profissionais de saúde a suspeitar de uma cepa diferente de coronavírus entre seus pacientes, a médica sul-africana Angelique Coetzee disse, neste domingo (28/11) que os pacientes infectados pela variante Ômicron tem apresentado sintomas até agora leves, podendo ser tratados em casa.
Coetzee que em 18 de novembro um paciente relatou em sua clínica ter ficado por dois dias extremamente cansado, com dores no corpo e dor de cabeça.
“Sintomas nesse estágio estavam muito relacionados à infecção viral normal. E porque não tínhamos visto COVID-19 nas últimas oito a dez semanas, decidimos fazer o teste”, disse ela, que informou também que o paciente e sua família acabaram testando positivo para a doença.
Ainda no dia 18, outros pacientes chegaram com sintomas semelhantes à clínica. Ela, então, notou que havia algo de diferente acontecendo. Desde então, ela atendeu de dois a três pacientes por dia com casos semelhantes.
“Vimos muitos pacientes Delta durante a terceira onda. E isso não se encaixa no quadro clínico”, disse ela.
“A maioria deles (médicos) está vendo sintomas muito, muito leves e nenhum deles até agora encaminhou pacientes para cirurgias. Temos sido capazes de tratar esses pacientes de forma conservadora em casa”, disse ela.
A médica disse ainda que, ao contrário da variante Delta, até agora os pacientes não relataram perda de olfato ou paladar e não houve queda significativa nos níveis de oxigênio com a nova variante.
Sua observação até agora tem demonstrado que a variante está afetando pessoas com 40 anos ou menos. Quase metade dos pacientes com sintomas de Ômicron que ela tratou não foram sequer vacinados.
“A queixa clínica mais predominante é o cansaço intenso por um ou dois dias”, frisou ela, que também citou dor de cabeça e dores no corpo como sintomas recorrentes.
A notícia da nova variante provocou uma reação rápida de vários países, incluindo o Reino Unido, que na sexta-feira proibiu viagens a vários países do sul da África, o que autoridades da África do Sul contestaram imediatamente.
Outros países também proibiram as viagens aéreas de e para a África do Sul, incluindo os Estados Unidos, outros países europeus e alguns países asiáticos.