O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, em discurso de abertura da sessão do tribunal nesta quinta-feira, tentou imputar ao presidente Jair Bolsonaro as responsabilidades que cabem ao Supremo. Barroso acusou o presidente da República de estar fazendo aquilo que o Supremo vem provocando ao país.
Disse Barroso que “a falta de compostura nos envergonha perante o mundo. A marca ‘Brasil’ sofre, neste momento, uma desvalorização global. Não é só o real que está desvalorizando. Somos vítimas de chacota e de desprezo mundial. Um desprestígio maior do que a inflação, do que a alta do dólar, do que a queda da bolsa, do que o número de mortos pela pandemia. Pior, a falta de compostura nos diminui diante de nós mesmos. Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo”.
A certa altura do seu discurso, Barroso xingou o Presidente da República de “farsante”.
O ministro ainda debochou do versículo do Evangelho segundo João (Jo 8, 32) que Bolsonaro costuma citar: “quando esse debate é contaminado por discursos de ódio, campanhas de desinformação e teorias conspiratórias infundadas, a democracia é aviltada. O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser: ‘conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará’”.
Para o ministro, o fim da prisão em segunda instância, a liberdade a diversos presos de alta periculosidade, inclusive Lula e José Dirceu, a prisão ilegal de Daniel Silveira, a tortura sofrida por Oswaldo Eustáquio e o inquérito ilegal presidido por Alexandre de Moraes não são os motivos que envergonham e colocam o país em crise.