O Exército do Paquistão anunciou neste domingo (05/02) a morte do ex-presidente do país, Pervez Musharraf. Ele governou o país entre 2001 e 2008. Musharraf morreu em Dubai, aos 79 anos, em função de doença prolongada.

As autoridades militares anuciaram em comunicado do gabinete de imprensa do exército que “expressam sinceras condolências pela morte do general Pervez Musharraf“.

“Que Alá abençoe a alma do defunto e dê força à família enlutada“, acrescentou a nota.

Musharraf foi um aliado dos Estados Unidos na sua guerra contra o terrorismo após os ataques de 11 de setembro. Ele chegou ao poder após um golpe de Estado, permanecendo à frente do Paquistão até 2008.

Após os ataques terroristas alinhou o seu país com as posições americanas, apresentando-se então como uma referência regional contra a Al-Qaeda, cujos líderes, aliados dos talibãs, se refugiaram nas zonas fronteiriça ao Afeganistão.

Musharraf sobreviveu a pelo menos três tentativas de assassinato promovidas pela Al-Qaeda.

Durante os nove anos em que esteve no poder, o Paquistão viu a economia melhorar sensivelmente, a classe média crescer, cessar a censura aos meios de comunicação e o exército tentar o apaziguamento com a Índia.

Seus opositores, porém, denunciaram sistematicamente a forma como dominava o poder, alegando o afastamento ilegal de juízes do Supremo Tribunal, a imposição do estado de emergência ou o sangrento ataque, no verão de 2007, a islamitas fortemente armados que se abrigaram na Mesquita Vermelha em Islamabad.

Ex-comando de elite, Pervez Musharraf, que nasceu em Deli em 11 de agosto de 1943, quatro anos antes da separação do Paquistão, assumiu o comando do Estado-maior do exército quando derrubou o Governo civil de Nawas Sharif, em outubro de 1999, num golpe sem derramamento de sangue.

Declarou-se Presidente em junho de 2001, antes de vencer um controverso referendo em abril de 2002. Foi o último líder militar do Paquistão.